O que faz uma relação amorosa dar certo?
Poderíamos perguntar a diversos casais, a um grande número de pessoas que estão se sentindo felizes dentro de um relacionamento, e ainda assim as respostas que obteríamos não poderiam ser transformadas em uma grande regra, capaz de responder ao questionamento de todos aqueles que desejam encontrar um grande amor em algum momento da vida.
A explicação para isso é bastante simples: a conexão entre duas pessoas é algo único e impossível de ser pensado de maneira generalizada. Cada parte em uma relação, com suas próprias características e bagagem de vida, é responsável pela construção de um relacionamento específico – que pode durar muito ou pouco tempo, bem como se tornar uma maravilhosa experiência afetiva ou um completo desastre.
Isso acontece porque talvez seja verdadeira a ideia de que os pares se complementam e que, mesmo na iminência de muitas diferenças, essas possam ser superadas ou minimamente toleradas em prol daquilo que sentem e buscam um no outro.
Mesmo que durante séculos a arte, a filosofia, a literatura e a religião tenham tentado definir o conceito de amor, a verdade é que cada indivíduo – por meio daquilo que aprendeu e experimentou desde o nascimento – acaba construindo seu próprio significado sobre o que para si próprio significa amar alguém.
Com isso podemos pensar que não basta apenas amar e ser amado, mas também que esse outro (a quem amamos) compartilhe conosco de uma mesma noção sobre o amor, ou seja, o significado e as limitações desse sentimento universal.
Como dito anteriormente não existem regras a serem seguidas, mas talvez o que seja preciso para uma relação dar certo (dure o tempo que durar) é que se aprenda a distinguir o amor de outras emoções e sentimentos, tais como posse (enxergar o outro como um objeto e não como semelhante) ou ainda idealizá-lo de tal maneira que o relacionamento não ocorra com alguém que exista realmente, mas sim com alguém que gostaríamos que existisse.
Além disso, o ideal é que possamos aprender primeiro a se relacionar com nós mesmos para, a partir daí, nos relacionarmos bem com outras pessoas. Conseguirmos compreender que, independente de qualquer coisa, somos merecedores de dignidade e respeito (assim como o outro também é). Desse modo, evitaremos o risco de aceitar tudo em nome de um suposto amor ou, ainda, aceitar menos do que merecemos por receio do abandono e da solidão. Amar não é aceitar tudo. E onde tudo é aceito podem existir infinitas coisas, menos o amor em si.
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