Amor não tem nada a ver com sofrimento. São coisas diferentes e que, em tese, não deveriam ocupar o mesmo espaço dentro das dinâmicas dos relacionamentos amorosos.
Afinal, se o amor é um sentimento universal que, em suas diferentes expressões, respeita, valoriza e deseja a felicidade do outro como parte de sua própria felicidade, seria incoerente concluir que o ato de amar alguém nos trouxesse tristeza e outras emoções dolorosas, não é mesmo?
O que traz sofrimento, portanto, são circunstâncias que nada tem a ver com o amor em si. Entre elas, está a dor da rejeição de se sentir abandonado por alguém a quem amamos e com quem planejávamos ter um futuro em comum.
É natural que quando um relacionamento chegue ao fim haja sofrimento por parte de ambos, pois até mesmo a pessoa que coloca um ponto final na relação pode não ter desejado que fosse assim ou pode, ainda, se sentir responsável pela infelicidade do outro.
Essa tristeza relacionada ao término da relação não deve ser reprimida. De uma certa maneira o fim de uma relação amorosa também é uma forma de luto (em decorrência de uma fase que acabou) e o processo de recuperação poderá ser lento e gradual, ou seja, ocorrerá aos poucos e não do dia pra noite. É doloroso, mas é preciso ter paciência.
Não será de um momento pro outro que a pessoa amada, e tudo o que foi vivido ao lado dela, se dissipará do seu coração ou da memória.
Por outro lado também é preciso estar atento ao tempo de duração desse sofrimento e o quanto esse estado emocional pode vir a prejudicar outras áreas da vida.
Se você já estiver por um longo tempo se sentindo triste, angustiado, colocando o(a) ex-companheiro (a) em um lugar central em seus pensamentos e emoções. Se nada mais tem graça e você já não consegue pensar tanto em si mesmo e não se dedica mais como antes a outras relações (familiares, de amizade etc) é hora de tentar buscar uma transformação em si mesmo.
Como dito antes, poderá ser difícil esquecer a pessoa que você ainda ama e que não está mais presente em sua vida.
Entretanto, alguns movimentos (voltados para sua própria autoestima) podem ser feitos para que aos poucos seu coração se torne renovado e essa dor possa ser finalmente superada.
A partir de agora, pense mais em você. Tente deslocar essa energia – que está sendo toda canalizada no outro – para si mesmo. Fique próximo a pessoas queridas, descubra novos hobbies e talentos, realize algo que te traga satisfação e orgulho de si próprio, envolva-se em atividades físicas, estude algum tema que seja do seu interesse, visite lugares novos. Se permita!
Com certeza há todo um universo de coisas que podem ser feitas para que você consiga se engajar em uma busca pelo autoconhecimento. Pois é só se conhecendo melhor e aumentando sua autoestima que o vazio da rejeição poderá ser ocupado com coisas novas e com amor próprio até o ponto em que nada disso mais te fará sofrer, mas servirá apenas como fonte de amadurecimento e aprendizagem para uma nova relação.
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