Essa é uma das frases mais comuns ditas pelas pessoas que já vivenciaram, ao longo da vida, uma série de decepções, desilusões amorosas, relacionamentos frustrados e amores não correspondidos.
O sentimento de rejeição é bastante doloroso e pode se tornar ainda mais intenso quando já possuímos uma trajetória em que não recebemos – sobretudo na infância e das figuras familiares mais importantes – o afeto suficiente para a construção de uma boa autoestima, caracterizada por amor próprio, autoconfiança e sensação de pertencimento. Com esses recursos internos poderemos até sofrer em virtude da solidão ou de uma relação que não deu certo, mas conseguiremos seguir adiante com mais facilidade, já que não nos sentiremos tão devastados por dentro.
Quando falta amor próprio, quando há escassez de autoconhecimento e nossa identidade precisa da aprovação e do afeto do outro para existir, são comuns, pensamentos do tipo:
“Não tenho sorte no amor e acho que nunca serei amado(a)”.
“Relacionamentos não foram feitos pra mim”
“Hoje em dia ninguém quer algo sério”
Perceba como esses pensamentos são catastróficos e falam muito mais sobre a maneira como você se vê do que sobre todas as outras pessoas.
Um passo importante para lidar com isso é voltar o foco para si mesmo(a) e não para a crença de que há alguma coisa errada com o “amor” ou com “os outros”.
Você pode fazer e tentar responder as seguintes perguntas:
“Desejo um relacionamento amoroso(a) porque acredito que só assim serei feliz?”
“Desejo viver um grande amor porque percebo que, com isso, acabo me anestesiando dos problemas da vida e tudo se torna mais fácil?”
“Sofro muito quando sou rejeitado(a) porque já venho de um histórico de rejeições familiares?”
“Estou, constantemente, me interessando pelo mesmo tipo de pessoa? Percebo que há um padrão em todas as minhas relações?”
“Estou frequentando sempre os mesmos lugares – ou permanecendo muito tempo em casa – e ainda assim tendo a esperança de conhecer alguém novo?”
É importante desconstruir a ideia de uma vida afetiva fracassada. Encare tudo o que viveu como fonte de sofrimento, mas também de amadurecimento e aprendizado. O amor não é um jogo de azar, do qual temos sorte ou não. Tampouco é uma paixão avassaladora cuja função é dar sentido a nossa vida (a paixão faz parte desse processo, mas não é tudo). Lembre-se que uma relação deve vir para agregar e não para preencher um vazio e que, antes de qualquer coisa, você deve aprender a se conhecer e, a partir disso, saber com clareza que tipo de pessoa você gostaria de ter ao seu lado. Do contrário, qualquer um(a) servirá, desde que você tenha um relacionamento. E isso sim seria um grande azar, não é mesmo?
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